Desenvolvimento Regional: A vez da Baixada

“O grande poder do projeto é ser capaz de transformar uma das regiões mais pobres do estado em uma das mais dinâmicas, capaz de gerar 100 mil empregos, aumentar o PIB do Maranhão em 20%”

José Reilnaldo Tavares*

Grandes projetos de infraestrutura levam a região beneficiada ao desenvolvimento, pois multiplicam as oportunidades de investimento e emprego. O presidente Washington Luiz resumia o que era a arte de governar com a frase: “governar é abrir estradas”.

Na China antiga, os imperadores afirmavam que desenvolvimento precisava de infraestrutura e de comunicações. Hoje, a assertiva continua valendo para a China moderna só que com uma troca: “desenvolvimento precisa de comunicações e infraestrutura”.

A nossa Baixada maranhense tem a maior oportunidade de desenvolvimento da sua história com a construção de um dos maiores portos brasileiros, o Terminal Portuário de Alcântara (TPA) e a Ferrovia EF-317, que o ligará à Ferrovia Norte Sul, em Açailândia e, portanto, a todo o Brasil por ferrovia.

O TPA é um porto que representa o que todos querem, enormes profundidades para receber os maiores navios do mundo, que são os mais eficientes, seguros e reduzem fortemente os preços. Essa redução permite levar qualquer produto aos consumidores mais distantes de nós, mantendo grande poder de competitividade e lucro na empreitada, o que não existiria com portos menos profundos e com transporte em navios menores. Isso nos excluiria do mercado.

Portanto, não estamos falando de qualquer projeto de infraestrutura. Estamos falando no melhor projeto de infraestrutura do país. E isso aumenta, superlativamente, as chances de desenvolvimento sustentável da Baixada. E embasam as teses de desenvolvimento regional que trazem o projeto, a maior de todas.

Assim, estamos preparando um projeto para buscar, junto ao Ministério de Desenvolvimento Regional, recursos para acelerar todo o licenciamento, que precisa ser feito tanto do porto quanto da ferrovia, para permitir o início das obras. Um projeto está sendo custeado pela Grão-Pará Maranhão (GPM), uma empresa maranhense, com sede em São Luís, para mostrar o óbvio, o grande poder do projeto para promover o desenvolvimento sustentável e o poder transformador do empreendimento, capaz de transformar uma das regiões pobres do estado em uma das mais dinâmicas, capaz de gerar 100 mil empregos, aumentar o PIB do Maranhão em 20%, conforme relatório da UFMA de 2019, aumentar a arrecadação do estado em 3,1 bilhões de reais.

O ministro Waldez Gois, do Desenvolvimento Regional, conhece o projeto, pois participou de seu lançamento na embaixada da Alemanha, em 24 de janeiro passado. E é um entusiasta desse projeto. Dessa reunião, participaram 7 embaixadores de diversos países europeus, representantes de mais de dez empresas gigantescas da Europa, agências de desenvolvimento como a KFW, representantes da União Europeia, em uma reunião com a presença do governador Carlos Brandão.

O Itaqui é um porto dos mais eficientes e com maior crescimento sustentado do Brasil, tendo carga potencial para continuar a crescer e uma expertise diversificada obtida pelo manejo de diversos produtos. Porém, tem graves carências estruturais de acesso pela Estrada de Ferro Carajás, que condicionam sua capacidade de resposta ao crescimento do mercado agro, o que pode gerar uma estagnação ao médio prazo e, no futuro, ficar dependendo da estratégia da Vale e da Cosan, o que é indesejável para este porto. Dos 15 milhões de toneladas do acréscimo de carga, dos últimos 5 anos, 10 milhões foram transportados por rodovia com todas as ineficiências e impactos negativos inerentes, seja nos preços de fretes, assim como na manutenção dessas rodovias.

Logo, torna-se óbvio que uma união operacional entre o Itaqui e o sistema da GPM trará enormes benefícios ao Maranhão, pois tirará todas as limitações operacionais dos dois portos, tendo a possibilidade de formar o maior complexo portuário brasileiro com muitas vantagens ao nosso estado.

Há pouco tivemos a formação de um projeto como o que falamos aqui, com a união operacional entre os portos de Antuérpia e o de Bruges, ambos na Bélgica, que está trazendo benefícios enormes para os usuários e para as regiões onde se localizam esses portos, atraindo para lá um grande número de empresas e empregos, decorrentes das vantagens dessa união.

Esse é um exemplo a seguir.

Aqui, se pensarmos também nas grandes vantagens que teremos com a Rota da Seda, com a exploração do petróleo da Margem Equatorial e com a instalação da ZPE, e dos nossos polos de energia limpa, estaremos esse Maranhão, gigante do desenvolvimento muito maior do que sempre sonhamos.

 *José Reinaldo Tavares, ex-governador e Secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe). Foto: reprodução

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Editor

Graduado em Jornalismo, Luiz Antonio Morais é pós-graduado em Design Gráfico e Publicitário. Mantém o blog desde 2008, um dos mais antigos do Estado.

Mande sua sugestão de conteúdo.
E-mail: luizantoniomorais2019@gmail.com

YouTube Sotaque

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade