O papa Leão 14 saiu em defesa do jornalismo e da liberdade de imprensa durante uma cerimônia realizada na última quinta-feira (9), no Vaticano.
Em seu discurso, o pontífice afirmou que “ser jornalista não é um crime” e criticou as dificuldades impostas por grandes plataformas digitais ao exercício da profissão.
De acordo com o papa, as agências e veículos de comunicação cumprem um papel essencial na preservação da verdade e na disseminação de informações confiáveis. “As agências de notícias são uma barreira contra as areias movediças da pós-verdade e das notícias falsas potencializadas pela inteligência artificial”, declarou.
Leão 14 também reforçou que a comunicação deve estar a serviço da verdade e da ética, condenando práticas que, segundo ele, desvalorizam o jornalismo. O pontífice criticou o uso de estratégias como o “clickbait” — artifício comum no ambiente digital para atrair acessos com títulos enganosos — e pediu responsabilidade aos profissionais da área. “A comunicação deve ser libertada do pensamento equivocado que a corrompe e da prática degradante do chamado ‘clickbait’. Eu os exorto a nunca venderem sua autoridade”, afirmou.
Esta não é a primeira vez que o papa manifesta apoio à classe jornalística. Em seu primeiro encontro com a imprensa após o conclave, Leão 14 pediu a libertação de jornalistas presos em regimes autoritários e defendeu o fim de ideologias e perseguições políticas que limitam o trabalho da comunicação, especialmente em períodos de crise.
As declarações do pontífice foi pelo cenário de mudanças nas políticas de verificação de conteúdo em grandes plataformas. Empresas como a Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, e o X (antigo Twitter), de Elon Musk, reduziram suas ações de checagem e moderação de publicações ao longo de 2025, o que acendeu alertas entre entidades e profissionais da área sobre a disseminação de desinformação. (O Informante)