O governador quer ampliar relações com a China em áreas de energia, comunicação e tecnologia do estado.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão, participou, nesta sexta-feira (14), da última e principal agenda da comitiva brasileira que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem institucional à China: o encontro com o presidente chinês, Xi Jinping.
Em cerimônia realizada no Grande Salão do Povo, sede do governo chinês, em Pequim, os governos dos dois países celebraram 15 acordos entre empresas brasileiras e chinesas.
Brandão acompanhou a comitiva presidencial com o objetivo de renovar e ampliar relações econômicas com a China, maior parceiro comercial do Maranhão, como explicou o governador, citando dados do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).
“Maranhão e China fazem uma parceria de sucesso. De acordo com o Imesc, o país foi o principal destino da nossa exportação em 2022, com participação de 23% nas vendas, equivalentes a US$ 1,3 bilhão. O mercado chinês foi responsável por 63% das compras de soja e 21% de algodão”, enfatizou Brandão, em mensagem nas redes sociais.
Levantamento do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) também corrobora a importância estratégica da China para a economia maranhense. Segundo o instituto, o Maranhão é o 10º estado brasileiro que mais exporta para o país asiático, com média de 24% da produção local destinada diretamente à China.
Na China, um dos principais compromissos do governador do Maranhão foi a retomada das negociações para a instalação de uma siderúrgica e uma refinaria no estado, tratativas que Brandão vem conduzindo desde quando ocupava o cargo de vice-governador do Estado.
“Fui sete vezes à China fazendo muitas reuniões na área portuária, na área da indústria, na área de siderurgia, na área de refinaria e empresa de esmagamento de soja. Nós fomos convidados porque nós temos projeto pronto, bem adiantado, no que diz respeito à siderúrgica e à refinaria para o nosso estado”, detalhou Brandão.
Investimentos em outras áreas também foram debatidos, como parcerias entre a China e o Governo do Maranhão para a instalação de um cinturão digital, desenvolvimento de tecnologias de comunicação e videomonitoramento e a utilização de ônibus elétricos, fator que pode gerar maior economia para o usuário e utilizar energia limpa e sustentável no transporte público. Nas tratativas, uma empresa chinesa da indústria do papel demonstrou ainda interesse em se instalar na região.
“É importante dizer que a China tem sido uma das parceiras preferenciais do Brasil nas relações comerciais. A minha viagem busca aumentar a nossa parceria instantânea”, pontuou o presidente Lula.
A missão diplomática teve como foco acordos bilaterais em outras áreas, como agricultura, ciência e tecnologia, meio ambiente, economia, comércio e investimentos.
Centro de Pesquisa da Huawei
Nesta quinta-feira (13), o governador Carlos Brandão acompanhou o presidente Lula em visita ao Centro de Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, gigante mundial no setor de tecnologia, sediada em Xangai.
À comitiva brasileira, a Huawei apresentou tecnologias para 5G, telemedicina e educação. De acordo com a Presidência da República, a empresa chinesa reforçou o compromisso de trabalhar em longo prazo para o desenvolvimento sustentável do Brasil, em parcerias com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização.
“São tecnologias modernas e a Huawei já se encontra no Brasil. A gente precisa fazer esse trabalho também no Maranhão, principalmente na área de videomonitoramento”, disse Brandão.
Base de Alcântara e China
Entre os 15 acordos firmados entre Brasil e China, dois deles devem ter impacto direto no Maranhão, envolvendo especificamente o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), espaçoporto da Agência Espacial Brasileira.
Tratam-se do plano de cooperação espacial 2023-2032, firmado entre a Administração Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira; e o protocolo de desenvolvimento conjunto de novo satélite do Programa de Satélites de Recursos Terrestres (CBERS), cooperação tecnológica entre China e Brasil para a produção de satélites de observação da Terra.
“O presidente Lula firmou 15 acordos bilaterais de projetos que vão desde o fortalecimento da exportação da carne brasileira ao mercado chinês, até o lançamento de foguetes”, explicou Brandão.
* Com informações da SECOM