Por Raimundo Borges | O IMPARCIAL
A violência nas escolas é coisa do século 21? Da Internet com suas infinitas ferramentas de relacionamento? É comportamento juvenil alterado na pandemia, ou das famílias, das autoridades de Educação e dos professores que transitam em outras faixas longe da realidade educacional exigida num mundo globalizado, dominado pelas tecnologias digitais?
São indagações que precisam de resposta no curtíssimo prazo, diante das escaramuças neonazistas encrustadas no submundo da internet, facilmente conectadas aos estudantes desde o ensino fundamental, presas fáceis dessa epidemia de violência nas escolas.
Combater essa onda infame exige compreensão, reaprendizagem no ambiente escolar, envolvimento máximo das famílias no processo educacional dos filhos, treinamento de professores, participação dos organismos de segurança na prevenção e monitoramento, investimento de tecnologia e em ciências sociais para entender esse momento de profundo interesse geral.
Permitir que o medo invada o ambiente escolar, aterrorizando toda a comunidade estudantil é tudo que as organizações criminosas e de ideologias extremistas precisam para dominar a juventude de baixo aprendizado.
Pode ser este o momento que falta para o acolhimento dos estudantes, buscar a aproximação com as famílias,qualificar os profissionais da educação e investir em ações de aferição do comportamento humano.
O problema da violência no ambiente escolar é grave e urgente. Combatê-la precisa, portanto, de união nacional. Afinal, essa onda de violência nas escolas não é coisa de hoje nem de ontem.
O bullyng ocorre há décadas e nunca teve uma resposta a altura de sua gravidade. Agora, com o incentivo às armas em larga escola, juntado à ideologia nazifascista atuando na internet, tudo parece mais complicado.
A pandemia da covid19 arrastou para fora da escola uma multidão de adolescentes e crianças, quer pelo sistema remoto, quer pela falta de estrutura de apoio na grande maioria das escolas, ou quer pelo despreparo dos professores para lidar com a nova realidade. Afinal, dados da organização ‘Todos pela Educação’ indicam que 244 mil crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos estavam fora da escola no 2º trimestre de 2021, no auge da pandemia.
Significa um aumento de 171% em comparação a 2019, quando 90 mil estavam em situação de evasão escolar. As matrículas também despencaram nas mesmas faixas.
Como se pode perceber, ocorreu atraso nos conteúdos, ou conteúdos defasados, assim como uma onda de violência em geral na sociedade, agravada com o aumento do desemprego e a volta da fome ao patamar dos anos 1990. Agora é o momento de distensionar o ambiente escolar com união, participação, diálogo, conhecimento dos problemas dos jovens e acolhê-los adequadamente, fortalecendo o papel da escola e do educador.
O ministro da Justiça Flávio Dino publicou uma portaria que trata da regulação de conteúdos referentes à epidemia de ataque e ameaças às escolas em todo o país, via redes sociais. Mas precisa muito mais que isso. E com urgência.