EDITORIAL
IMPUNIDADE* significa falta de castigo. Do ponto de vista estritamente jurídico, impunidade é a não aplicação de determinada pena criminal a determinado caso concreto. A lei prevê para cada delito uma punição e quando o infrator não é alcançado por ela pela fuga, pela deficiência da investigação ou, até mesmo, por algum ato posterior de “tolerância” o crime permanece impune.
Viana, na Baixada Maranhense, município com 266 anos de emancipação política, quarta cidade mais antiga do Maranhão, convive em estado de revolta e decepção por questões jurídicas que se arrastam há anos, e outras bem recentes que intrigam os moradores da outrora pacata Cidade dos Lagos.
Nunca é demais afirmar que, no município, alguns cidadãos e ou até famílias ainda flertam com o estilo grotesco, covarde e também impune de se resolver querelas pessoais e ou políticas, sendo que o caminho encontrado ainda consiste em ameaças, agressões físicas e até fatalidades por armas brancas ou de fogo, práticas muito usuais nos séculos passados. Em Viana, em pleno século 21, os munícipes são testemunhas até presenciais de muitos desses atos de barbaridade, falta de humanidade, respeito e intolerância. E, se persiste a impunidade os cidadãos viram reféns e impotentes.
Após quatro anos do assassinato do professor e agrônomo Marcus Vinícius Carvalho, o Marcos de Dulcídio, assassinado com três tiros, em 19 de junho de 2020, em frente à sua residência em Viana, reina um silêncio perturbador sobre a apuração e o julgamento do caso. Familiares da vítima, suspeitos e advogados de defesa e acusação travam uma guerra insana nos bastidores e nos tribunais, sem que haja uma definição de datas concretas para a resolução do homicídio. Aí todos se perguntam: será mais um caso de impunidade?
O caso mais recente trata do assassinato da mulher trans, Dartilly Ritiely Pereira Assunção, morta com um tiro na cabeça no dia 29 de março deste ano, em circunstâncias misteriosas; um caso ainda não solucionado pela polícia e, passados dois meses, familiares e amigos tem se reunido na cidade em manifestações de protestos em busca de punição aos culpados.
É mais um caso de ignorância, ódio e intolerância que ocasionou a morte violenta uma cidadã conhecida e querida na Cidade dos Lagos, fato este sem respostas do sistema policial, que causa revolta na população, e ratifica a triste fama de uma cidade mãe de inúmeras personalidades musicais, das letras e jurídicas, já tendo gerado dois presidentes do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).
O problema parece não estar ligado ao fator tempo. A impunidade se repete tanto em crimes mais recentes quanto nos mais antigos: crimes de todas as origens, que precisam de apuração policial e ou de celeridade processual, de forma a trazer paz e sossego para os familiares de todas as vítimas.
Até quando?
*https://www.passeiweb.com/impunidade-no-brasil-colonia-e-imperio-parte-1/
6 Responses
Lamentável essa morosidade da justiça. Esses criminosos ( as ) têm que pagar pôr tudo que fizeram contra o Marcus Vinicius homem honrado, trabalhador da Secretaria de Agricultura do município de VIANA e professor da Escola Normal. A família CARVALHO, amigos e a sociedade vianense clamam pôr JUSTIÇA.
Grato pela participação, amigo Dalton. Abraço!
Infelizmente não se vê justiça nesses casos
Uma alma vale mais q que o mundo inteiro
Mais em Viana terra sem lei
Grato pela participação, Maria Vitória. Abs.
E os Desembargadores filhos de Viana, não poderiam de alguma forma, interferirem nesse tipo de impunidade que toma conta da nossa Cidade, que outrora foi pacata nos tempos de Ozimo Carvalho, avô do Prof. Marco? A família Carvalho ainda aguarda Justiça!
Grato pela participação, Júlio. Abs.